Projeto Achei Montadoras: profissionalização e geração de oportunidades para mulheres

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Projeto Achei Montadoras: profissionalização e geração de oportunidades para mulheres

Projeto ocorreu de 12/07 a 04/08 e é uma iniciativa da Achei Montador em parceria com o Leo Social e o Sebrae e apoio do Grupo Mulheres do Brasil 

Projeto Achei Montadoras

Entre os dias 12 de julho e 4 de agosto aconteceu o Projeto Achei Montadoras, uma iniciativa da Achei Montador em parceria com o Leo Social e o Sebrae com apoio do Grupo Mulheres do Brasil. O projeto gratuito teve o objetivo de formar profissionais mulheres para trabalhar como montadoras de móveis por meio do aplicativo da Achei Montador.

Afinal, nos últimos anos, o número de mulheres em profissões tipicamente masculinas aumentou. Um relatório do Sebrae revelou que de março de 2017 a março de 2019, a proporção de mulheres empreendedoras que são “chefes de domicílio” passou de 38% para 45%. No setor de serviços, que abrange também a marcenaria e montagem de móveis, isso não é diferente. 

“Nós observamos que nossa plataforma só recebia profissionais homens para a função. Como trabalhamos dentro das casas das pessoas, muitas clientes pediam profissionais mulheres para fazer o serviço. Foi aí que pensamos na possibilidade de oferecer uma capacitação que permitisse que mulheres entrassem nesse mercado”, afirma Geraldo Rigoni, CEO da Achei Montador, sobre a iniciativa do projeto.  

Neste primeiro Achei Montadoras, mais de 90 mulheres se inscreveram para receber qualificação oferecida pelo programa Sebrae Delas e também pela Escola da Marcenaria do Leo Social. O curso teve início com as aulas de empreendedorismo e gestão, que ocorreram de forma on-line. Marketing, finanças, ideia de negócio e formalização foram alguns dos temas ensinados nessa primeira etapa. 

Já na parte prática, conduzida pelo Leo Social por meio da Escola da Marcenaria, essas mulheres tiveram a oportunidade de aprender sobre aplicação de EPIs, comportamento na casa do cliente, sistema de medidas e ferragens, montagem de projeto, além de colocarem a mão na massa para montar móveis.

Esta foi uma etapa presencial e ocorreu em três unidades espalhadas por São Paulo: Lapa, na sede do Leo Social; Diadema, realizada no Núcleo Social Diadema, que são parceiros de longa data do Leo Social; e em Santo André, com atendimento na ONG Refazer que faz trabalhos com refugiados e imigrantes e contam com apoio do Grupo Mulheres do Brasil. 

Como foi a experiência do Projeto Achei Montadoras? 

Foto: Da esquerda para direita, Teresinha é a quarta mulher na foto

Como este foi o primeiro Projeto Achei Montadoras, muitas dessas mulheres tiveram o primeiro contato com a marcenaria e o trabalho de montagem móveis durante o curso de profissionalização fornecido pelo Leo Social, como é o caso de Teresinha Sobral Carneiro, que fez o curso na unidade Diadema. “Foi o meu primeiro contato [com marcenaria e montagem de móveis]. Pra mim foi uma experiência nova”, afirma. 

“Como amo fazer cursos e ter conhecimentos do que me interessa, eu tinha feito minha inscrição para o curso de marcenaria e me ligaram perguntando se eu gostaria de fazer o curso Achei Montadoras. Respondi que sim e foi assim que fiz esse curso. Muito aprendizado”, lembra Teresinha sobre como conheceu o projeto.

Ela tem 68 anos e revela que sua maior dificuldade no curso prático foram os desenhos para as montagens dos móveis. “A parte prática de montagem de móveis foi muito gratificante. Amei”, enaltece.  

Foto: Rafaela/Arquivo pessoal

Diferente de Teresinha, Rafaela Rocha do Nascimento, de 24 anos, já tinha um certo contato com a área. “Antes do curso já tinha experiência em montagem de móveis e uma noção super básica de marcenaria”, conta. Rafaela mora em Osasco e participou do projeto na unidade Lapa.

Ela já estava trabalhando com montagem de móveis e explica que conheceu o projeto Achei Montadoras por uma indicação de uma colega. “Meu sentimento é de gratidão pois foi algo que me agregou demais. A experiência foi maravilhosa”, agradece.  

Para Rafaela, a maior dificuldade no curso foi lidar com os nomes das ferragens. “O que mais achei desafiador foi e está sendo gravar o nome de ferragens e suas funções, que eram desconhecidas pra mim”, brinca. Sobre expectativas daqui pra frente, a jovem pensa grande: “Quero continuar com minhas montagens e talvez um dia abrir minha marcenaria”.  

Foto: Lovely

O projeto abriu portas também para Lovely N Desir, haitiana de 35 anos que participou das aulas na unidade Santo André, na ONG Refazer. “Experiência foi boa porque eu aprendi muita coisa que eu não sabia”, conta Lovely que diz ter conhecido o projeto após a ida à escola onde aprende português.

Esse foi o primeiro contato dela com a montagem de móveis. Sobre se sentiu alguma dificuldade em aprender algo, ela é enfática: “Na verdade eu não achei nada difícil, porque eu tenho muita vontade de aprender e também gostei de aprender montagem”.  

Lovely lembra que ficou quatro anos sem trabalho no Brasil e que agora está pronta para novas oportunidades. “Eu estou muito feliz porque eu consegui aprender uma coisa que é muito importante. Eu me sinto muito bem neste projeto e a prática foi boa”, revela.

Ela ainda se mostra empolgada para a próxima fase do projeto, que encaminhará as alunas para trabalharem como montadoras de móveis na plataforma Achei Montador. “Minhas expectativas é que me chamem para trabalhar”, afirma Lovely. 

Foto: Silvia

Quem também participou do Achei Montadoras na unidade Santo André foi Sílvia Maria Alves. Ela trabalha em uma operadora de telefonia, mas tinha interesse em cursos na área moveleira. “Tenho um filho marceneiro e sempre fui apaixonada por construção civil e tudo o que eu pudesse fazer eu mesma”, explica.

Sílvia conta que sua experiência foi incrível. “Parecia que já conhecia tudo o que o professor falava. Parecia que já tinha feito aquilo. Não tive dificuldade em entender”, afirma. Ela se diz animada para seguir carreira na área. 

Para Verônica Braga, Marceneira e professora do Leo Social que acompanhou uma das turmas, o projeto foi uma grande oportunidade. “Fazer parte deste projeto me fortaleceu muito mais como mulher e marceneira, ressignificou meus propósitos”, afirma.

“Obtive a grande oportunidade de ver profissionais confiantes sendo edificadas, com bases sólidas. Sempre há ansiedade mediante o novo, mas a determinação e vontade aflorados pelas alunas consolida que se você tem um sonho, deve seguir em busca sem medos. E sei que elas serão o grande diferencial no mercado”, completa Verônica.

Parceria e geração de oportunidades 

O Projeto Achei Montadoras tem impacto direto na inclusão de quem precisa de uma atividade que dê maior segurança financeira, tanto para as novas profissionais como para suas famílias. “O Achei Montadoras é muito mais do que capacitar uma mulher, é uma oportunidade de inclusão”destaca Kenia Malves, Coordenadora de Projetos Sociais do Leo Social. 

“A marcenaria proporciona autonomia. E ter uma plataforma que direciona a oportunidade e que tem todo um apoio por trás, facilita sobremaneira a inclusão dessas mulheres no mercado de trabalho e no mercado que era predominantemente masculino, mas que a gente sabe que tem muita oportunidade para mulher”, exalta Kenia sobre a parceria com a Achei Montador

“A mulher pode estar onde ela desejar. As mulheres sempre estiveram presentes na marcenaria, nós só estamos abrindo o caminho para que elas apareçam e mostrem o seu valor”, adiciona Kenia.  

Para Nathalie Helman, líder do Comitê Inserção de Refugiados do Grupo Mulheres do Brasil, o saldo do projeto é muito positivo. “Mostrou que podemos capacitar e empoderar muitas mulheres para uma nova realidade no mercado de trabalho. Vimos que juntos conseguimos quebrar barreiras nunca antes transpostas e formar mulheres montadoras de móveis que juntam a feminilidade, cuidado e detalhe com a técnica de montagem, podendo atender o cliente com mais zelo e precisão”, afirma.  

Foto: Geraldo Rigoni com uma das turmas do projeto

“A importância do projeto é de grande contribuição para a formação de uma sociedade mais igualitária, já que estamos dando oportunidade para a representatividade feminina em novos espaços e quebrando estereótipos que estão enraizados na nossa construção social”, ressalta Nathalie.

“O Grupo Mulheres do Brasil solidifica, com esse projeto, o propósito de sua existência que é a melhoria do país através do protagonismo feminino. As mulheres podem estar em todos os espaços que se propuserem estar, desempenhando papéis tão bem quanto os homens. Ampliando assim oportunidades no mercado de trabalho e abrindo portas para as futuras gerações”, conclui. 

Já Geraldo Rigoni, CEO da Achei Montador, classifica a parceria como o Leo Social como ‘muito especial’. “Eu não conhecia a Leo Social antes, só conhecia a Leo Madeiras. E me surpreendi com a estrutura do instituto, com o apoio imediato ao nosso projeto, e também com a estrutura que estão disponibilizando para nós e para as participantes do curso/treinamento”, afirma.  

“É muito importante dar oportunidades para as mulheres em qualquer campo de atuação. O setor moveleiro necessita da força e cuidado delas para garantir uma excelente montagem das encomendas”, revela Rigoni.

Sobre as expectativas para as alunas, agora montadoras, o CEO da Achei Montador é direto: “[As expectativas são] bem positivas, pois está havendo uma receptividade muito boa por parte dos nossos parceiros varejistas e dos clientes. Também creio que será uma experiência muito interessante para as formandas, pois terão uma oportunidade real de trabalho e com bons ganhos”.

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