Após perder o emprego, Ricardo deu a volta por cima com a marcenaria

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Após perder o emprego, Ricardo deu a volta por cima com a marcenaria

Ricardo de Aveiro na Marcenaria

O ano era 2014 e o metalúrgico Ricardo de Aveiro acabara de ser demitido da montadora onde trabalhou por 23 anos, como Inspetor de Qualidade. Sem rumo, com depressão e problemas de ansiedade, foi neste momento que a marcenaria e o Leo Social entraram na vida de Ricardo.  

“Foi um período difícil quando fiquei desempregado. Foi um verdadeiro baque que levei naquele momento”, lembra Ricardo. Formado em Mecânica de Autos, o ex-metalúrgico conta que a sua intuição aflorada o levou até o curso de marcenaria do Leo Social, que na época chamado de Instituto Leo.  

“Um dia passei em frente a uma madeireira que estava se desfazendo de um galpão. Eles descartaram madeira de peroba-rosa e me ofereceram. Peguei algumas e levei no carro no intuito de fazer uma mesa para o meu primo”, explica Ricardo, que tem avô e tio marceneiros na família.  

“Naquele momento, me deu uma crise de choro. Chorei feito criança. Eu estava desempregado e meio perdido. Veio uma voz à cabeça dizendo ‘você entendeu que é isso que você tem que fazer’. Peguei o computador e fui procurar um curso de marcenaria”, revela. 

Nas buscas por um curso de marcenaria gratuito, Ricardo encontrou um anúncio do Tabea, organização parceira do Leo Social onde ocorrem os cursos em Diadema – SP. Porém, Ricardo não conseguiu o contato por telefone. Então ele resolveu ir pessoalmente até o local para tentar a inscrição.  

“Expliquei minha situação e fui amparado pelo professor Gilberto. Lá vi algumas máquinas quebradas e, como tinha o conhecimento, pedi para arrumá-las. O Gilberto viu potencial em mim e sugeriu de eu fazer o curso de marcenaria e receber treinamento para professor ao mesmo tempo”, afirma. Ele topou na hora. E começava ali a jornada de Ricardo na marcenaria.  

A guinada que Ricardo precisava 

Durante o curso de Meio Oficial de Marcenaria e enquanto era treinado para ser professor, Ricardo começou a comprar ferramentas para atuar na área e, posteriormente, pegar alguns trabalhos como marceneiro. Ele conta que foi incentivado a abrir o próprio negócio.   

O ex-metalúrgico e agora marceneiro participou do primeiro Marcenaria do Bem, projeto de conclusão do curso de Meio Oficial de Marcenaria. “Foi o Marcenaria do Bem que mais me comoveu, já que conseguimos ajudar muitas pessoas fazendo e doando móveis para quem precisava”, enaltece Ricardo. 

Ele continuou se especializando na área com cursos, palestras e visitas monitoradas. “A gente precisa se atualizar e se especializar. Precisamos nos diferenciar”, diz Ricardo sobre a importância do marceneiro (a) de se atualizar com o mercado. Ele, inclusive, era considerado ‘o cara das ferragens’. 

Foto: Agora instrutor de Marcenaria, Ricardo com uma de suas turmas/Arquivo pessoal

No ano seguinte, em 2015, Ricardo virou professor do Leo Social. E foi uma experiência desafiadora para ele. “Eu gaguejava muito no início, mas comecei a impor meu estilo de aula”, afirma. Ricardo deu aulas no Leo Social por cerca de dois anos.  

Ele continuou pegando projetos enquanto lecionava e transformou a área da churrasqueira de sua casa em oficina. Foi aí que surgiu a Marcenaria Aveiro Design (conheça os trabalhos). Com isso, Ricardo deixou de produzir móveis e se especializou em fazer peças de mostruários para empresas. Ramo em que atua até hoje.  

O ganha pão e a terapia 

Ricardo se mostra muito feliz e agradecido por ter conseguido mudar os rumos de sua vida após um período difícil e hoje trabalhar com o que gosta. “O Leo Social foi o recomeço da minha vida. Foi onde tive uma guinada. Eu estava sem futuro, sem nada e consegui dar a volta por cima”, exalta.  

“Eu só vivia doente na montadora de veículos, com crises, depressão, etc. Ser mandado embora foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. O curso de Meio Oficial foi uma experiência e tanto. Foi a certeza de que rumo eu tinha que tomar”, diz o marceneiro empolgado.  

“A marcenaria pra mim hoje é uma realização profissional. Eu não trabalho, eu tenho serviço. É prazeroso. Às vezes estou nervoso e eu vou para a oficina fazer algum trabalho. Tenho ansiedade e a marcenaria é a minha válvula de escape. É o meu ganha pão. É a minha terapia. É onde me encontrei. É tudo”, conclui Ricardo.  

Hoje ele viaja pelo Brasil prestando serviços de merchandising e mostruário para empresas do ramo moveleiro, além de fazer algumas palestras. Além disso, Ricardo planeja estruturar o Instagram de sua oficina e vender pequenas peças que produz na plataforma.

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