A marcenaria como recomeço da vida pessoal e profissional
Vanessa Almeida, ex-aluna do Leo Social, conta como a marcenaria a ajudou em um momento difícil de sua vida
Na marcenaria, estamos acostumados a construir móveis e objetos diversos que serão utilizados em nosso dia a dia. Mas, a marcenaria vai muito além disso e também se constrói sonhos e recomeços, como é o caso de Vanessa Almeida.
Marceneira, Especialista Google Workspace e Analista de Dados, Vanessa tem 34 anos e é ex-aluna do Leo Social. Ela fez os cursos básico, intermediário e avançado em Marcenaria do Leo em 2017 e conta como chegou até o setor moveleiro.
“Antes da marcenaria eu trabalhei como garçonete, agente de organização escolar, também fazia cat sitter (cuidava dos gatos das pessoas quando elas viajavam)”, lembra.
Vanessa conta ainda como a marcenaria a ajudou a superar um momento difícil em sua vida: “Eu perdi minha mãe em 2015 e meu pai em 2016. Essa perda foi um divisor de águas para mim, eu fiquei bem mal, tive uma depressão profunda e foi um período bastante difícil. A Marcenaria me ajudou a recuperar minha autoestima ao fazer coisas das quais me orgulhava e também me ajudou a ir retomando minha vida financeira, pois com o luto e a depressão, eu fiquei sem emprego. Também fui entrando em contato com um lado bastante criativo meu enquanto fazia as peças e isso me ajudou bastante no processo de tratamento da depressão”.
Sobre o curso do Leo Social, ela explica que tudo era uma grande novidade e que por isso gostou muito de toda a experiência. “Eu acho que ter aprendido a operar as máquinas foi algo muito legal, eu nunca tinha tido contato e conforme fui aprendendo, fui me sentindo mais segura e satisfeita”, relata.
“Eu aprendi que para trabalhar com madeira a gente precisa ser paciente, detalhista, precisa gostar muito. E aprendi, principalmente, que não importa quanta prática a gente tenha, sempre precisamos respeitar as máquinas perigosas e sermos cuidadosos. Isso eu vou carregar sempre em cada projeto que for executar”, afirma.
Vanessa explica que a marcenaria foi seu sustento por três anos e meio e que, apesar de já não atuar profissionalmente no setor, desenvolveu projetos para a sua casa. “Eu fiz algumas peças para a minha casa, como uma estante de livros, um porta-chaves, suportes de plantas, nichos e prateleiras para os meus gatos, etc”, conta.
“A transição de carreira é um processo assustador, a gente acha que está começando do zero, mas nunca está. É só questão de avaliar e trazer tudo que aprendemos nas nossas outras profissões e estudos para a carreira em que estamos começando”, afirma.
E foi a marcenaria que a ajudou Vanessa a adaptar o seu espaço para home office. “Desde que comecei a estudar Análise de Dados, em fevereiro desse ano, estou usando uma mesa mais alta do que o ideal pra mim. Então resolvi fazer uma mesa personalizada. As pernas eu fiz com duas janelas que retirei de uma caçamba e o tampo é sobra de outro projeto”, comenta. “A marcenaria e a reutilização de madeira descartada são uma paixão pra mim, eu amo criar essas peças e vou manter como hobby”, exalta.
“Eu gosto demais [da marcenaria], me sinto muito bem fazendo. Gosto da forma que me faz exercitar a criatividade e me desligar de tudo, focando só naquela peça”, exclama Vanessa. No momento ela estuda Análise de Dados e Desenvolvimento, conseguiu um novo trabalho já na área de tecnologia e está mais feliz do que nunca.
“Estou bastante feliz, pois vou ter oportunidades de me desenvolver bastante profissionalmente e estou amando estudar programação e análise de dados”, afirma. “A marcenaria segue como meu hobby, pretendo criar novos móveis para minha futura casa, continuar fazendo coisas que sejam úteis no dia a dia e eventualmente fazer presentes para amigos e parentes, essas coisas”, conta.
Para ela, a marcenaria significa recomeço. “Significa que eu sou capaz de aprender coisas novas. Significa meu sustento por um bom tempo. E é a marcenaria, essa carreira tão diferente da atual, que vai me proporcionar melhor conforto para estudar e trabalhar.
Muita gratidão ao projeto Leo Social que me acolheu em 2017 e me ensinou essa profissão em um momento difícil como o que eu estava vivendo após perder meus pais. Vou levar pra sempre essa arte comigo!”, conclui.