Criado-mudo: por que é uma palavra racista? Conheça a história
Você que é marceneiro, marceneira, profissional do setor moveleiro ou até mesmo não trabalha na área já deve ter chamado aquela mesinha que fica ao lado da cama de criado-mudo. Mas, você sabia que esse termo é uma palavra racista que data desde os tempos de escravidão? Pois é.
História
Em 1820, os escravos que faziam serviços domésticos na casa-grande eram chamados de criados. E era comum que alguns desses homens e mulheres passassem dia e noite imóveis ao lado da cama dos senhores segurando objetos como copos d’água, roupas e etc. Muitas vezes esses escravos não podiam sequer falar, pois incomodaria os senhores. Alguns perdiam a língua ou sofriam outras punições por se mexerem enquanto “seus senhores” dormiam.
Tempo depois, surgiu a ideia de ter uma mesinha ao lado da cama que seria usada basicamente para apoiar objetos. Esse móvel foi chamado de criado, já que exercia a mesma função do escravo. Mas, para não confundir, o móvel passou a se chamar criado-mudo. E desde então temos chamado o móvel desta forma, mesmo após a abolição da escravidão.
E se começarmos a chamar o móvel de mesa de cabeceira?
Com a origem racista da palavra ainda em uso, em 2019, a rede de lojas de decoração Etna lançou uma campanha (veja aqui) explicando a origem do criado-mudo e abolindo o termo de seu catálogo de produtos. Com isso, o criado-mudo passou a ser chamado de mesa de cabeceira no catálogo da loja.
A palavra criado-mudo ainda está muito enraizada em nossa cultura e é natural que chamemos o móvel desta forma espontaneamente. Mas, é importante tomarmos consciência sobre a origem não só desse, mas de outros termos que remontam a um tempo sombrio de nossa história.