Escola da Marcenaria na Unibes Cultural completa um mês com oficinas bombando
No último dia 4 de setembro, a Escola da Marcenaria na Unibes Cultural completou um mês de inauguração. Durante o primeiro mês em atividade, a unidade recebeu o curso de Montador Convencional e oficinas gratuitas de marcenaria que bombaram.
Com aulas ocorrendo de quinta a domingo, as primeiras oficinas de marcenaria realizadas no novo espaço foram um sucesso. Ao todo foram quatro oficinas: Banco-Escada, Impressão 3D Aplicada a Marcenaria, Acessórios de Madeira e Oficina de Colheres.
Oficinas: técnicas de marcenaria
Filipe Pesquero, do Ateliê Tauba, foi responsável por ministrar a oficina de Acessórios de Madeira. Com dois encontros de 8h, os alunos e as alunas puderam aprender técnicas básicas de marcenaria e produzir peças, sempre com foco no reaproveitamento de material de madeira descartada, que podem ser encontradas em caçambas e pela cidade.
“Eu quis apresentar aos alunos técnicas básicas de marcenaria de forma que eles possam, depois de terem feito as oficinas, absorverem e aplicarem no dia a dia”, afirma Filipe. Aulas como tipos de madeira, corte, uso de ferramentas e acabamento foram apresentadas.
Foram feitos três objetos: um suporte para celular a partir de um sarrafo de madeira; uma caixa porta-joias, que pode ser usada como estojo e possui um fecho com imã; e uma casa de passarinho.
“No final, os alunos passaram por vários processos da marcenaria básica, que permitem eles aplicarem o conhecimento no dia a dia, para fazer um objeto para casa e até seguir no ramo”, destaca Filipe.
“Pude transmitir um pouco do que aprendi praticando marcenaria e é sempre muito gratificante estar nesse tipo de ambiente, porque estamos numa troca constante de conhecimento. Então a gente vai para transmitir conhecimento, acabamos levando um pouco do que os participantes trazem”, ressalta o oficineiro.
Oficinas com muitos aprendizados
Uma oficina que também fez muito sucesso foi a de Banco-Escada, ministrada pela Designer e Marceneira Fernanda Tosta. E quem rasgou elogios para a oficina foi a aluna Kátia Gomes.
“Participar da Oficina Banco-Escada com a instrutora Fernanda e a Priscila foi incrível. Além de excelentes profissionais, são atenciosas e deram todo o suporte necessário para utilizarmos as ferramentas em segurança e sem medo”, conta a aluna.
Kátia enaltece também a interação com o grupo, que definiu como ‘engrandecedora’. “Aprendi muito com as trocas que tivemos, sem falar sobre a nossa sala de trabalho que está super completa, acessível, com todo ferramental necessário”, aponta.
“O espaço também possui boa acústica e conforto térmico, além da estética impecável. Eu amei fazer parte deste projeto de início e estou divulgando bastante para que tenham ainda mais sucesso nessa empreitada. Agradeço muito por essa oportunidade que além de enriquecedora, para mim essa experiência foi uma terapia”, conclui Kátia.
Oficinas: história e sustentabilidade
A Oficina de Colheres, ministrada por Felipe Gustavo de Melo, trouxe diversas técnicas para todos os alunos e alunas.
“Na oficina de entalhe com madeiras urbanas, itens e ferramentas sustentáveis ‘Além de colheres, colher’, procurei transmitir a complexidade e a questão holística do objeto, desde a história, cultura, biomimética, design, tecnologia da madeira, técnicas de corte, afiação e acabamento para a produção de duas colheres, considerando e adaptando para as necessidades e experiências individuais”, explica o oficineiro.
Segundo Felipe, durante as aulas foi mostrado a ação de ferramentas e itens produzidos de maneira sustentável e de baixo custo, como lâminas oriundas de limas e rolamentos, cabos a partir de móvel, afiadores de restos de canos, bambu e couro e revestimentos de sisal colhido.
Também foi apresentado durante a oficina o processo de obtenção da madeira de poda (tipuana e fumo-bravo) e descarte (estrado de cama de cambará), assim como seu beneficiamento e a conversão em colher de omelete e de decoração.
“As interações com os alunos foram muito enriquecedoras e fluídas: feitas em círculo, em um ambiente organizado, com boas máquinas, suporte e coordenação”, exclama Felipe.
“Foi uma ótima experiência de aprendizado, vivência e de reavivar no coletivo a importância do trabalho manual, bem como seus benefícios para o corpo e mente. E por fim, a urgência de atenção sobre as árvores urbanas e seus resíduos”, completa.
Oficina: muitas ideias e projetos
Diversos projetos foram feitos também na Oficina de Impressão 3D aplicada à Marcenaria. Com aulas da oficineira Laure Stelmastchuk, os alunos e as alunas produziram mais de 100 peças impressas em 3D, entre protótipos e produtos finais.
“Os participantes tiveram contato com materiais e técnicas diferentes de impressão 3D, busca direcionada em bases de dados e modelagem para impressão 3D empregando software livre e ferramentas básicas para autonomia em manufatura aditiva que permitem a inclusão destas técnicas em projetos futuros que venham a desenvolver”, afirma Laure.
Segundo a oficineira, os(as) alunos(as) se envolveram intensamente no desenvolvimento das peças buscando a interface com a marcenaria. “Como oficineira, a orientação dos projetos foi muito interessante devido à variedade de contextos das pessoas e os diversos interesses que guiaram discussões sobre os métodos de fabricação e aquisição de objetos”, explica Laure.
Foram feitas banquetas, suportes para plantas e pequenos objetos, tampas para lápis, peças para maquete, suportes de lixa, gabaritos, conectores para formação de sólidos platônicos, entre outros.
Oficinas: participe das próximas
As inscrições para as oficinas da Escola da Marcenaria na Unibes Cultural estão abertas. Para participar basta ter mais de 16 anos e muita vontade de aprender marcenaria. Mensalmente são anunciadas novas oficinas. Então fique de olho nas redes sociais do Leo Social e da Unibes Cultural para saber mais.